A Associação e Sindicato Rural e a Associação de Agricultores de Dom Pedrito recomendam o não uso e a não comercialização de herbicidas à base de 2,4-D. De acordo com as associações, os efeitos nefastos que a utilização destas herbicidas à base do princípio ativo 2,4-D vem causando às culturas de plantas frutíferas da região, tem causado prejuízos crescentes e irreversíveis aos fruticultores ao longo dos últimos anos, além de sérios prejuízos sociais, econômicos e desequilíbrio ambiental.
Análises indicam que a aplicação do 2,4-D em lavouras de soja vizinhas a culturas frutíferas (como a uva, a oliva e a maçã), através de pulverização aérea ou terrestre, pode ocasionar derivas capazes de atingir plantações distantes do local da aplicação original. Uma vez atingindo as plantas frutíferas, o 2,4-D afeta a divisão celular e o crescimento das células, atrofia das folhagens, entre outras consequências, levando a uma queda brusca na produção e prejuízos irreparáveis para as safras seguintes e para toda a cadeia produtiva. Estima-se que uma videira, por exemplo, leve cerca de três a quatro anos para se recuperar de uma contaminação por 2,4-D, sendo que, se as intoxicações se repetem ao longo dos anos, pode levar as plantas à morte.
O uso de herbicidas com este princípio ativo não é indispensável para a competitividade da cadeia produtiva da soja, existindo outros produtos e técnicas de manejo que atuam no controle de ervas daninhas nas lavouras. Além disso, o elevado risco de deriva do 2,4-D e o reiterado descumprimento das práticas indicadas de sua aplicação demonstram que não há uso seguro deste produto que evite danos irreversíveis às plantas frutíferas vizinhas às áreas de utilização, vislumbrando-se como única solução para este grave problema a recomendação, pelas entidades signatárias, para o não uso e a proibição de venda de herbicidas à base do 2,4-D no Estado do Rio Grande do Sul.