Clima no início de outono favorece olerícolas e frutas
Publicada em 27/03/17 às 16:04hRádio Difusora - Bagé RS

(Foto: Kátia Marcon/Emater/RS-Ascar)
Nas Missões e na Fronteira Noroeste, os tomates apresentam boa produtividade e sanidade, elevando a oferta local e baixando o preço ao consumidor. Na Serra, o primeiro cacho das lavouras de tomate do tarde está sendo colhido, apresentando frutas de ótimo calibre, coloração e sabor. As plantas apresentam quantidade de pencas dentro da média e com número de frutos bem acima do requerido para atingir o calibre desejado. O raleio dos cachos, prática cultural de grande importância, principalmente nos plantios do tarde (cultivados no final do verão e durante o outono, período este caracterizado por dias mais curtos e temperaturas mais baixas) raramente é feito, interferindo no desenvolvimento dos frutos.
A área de cebola na região Sul ficou em 3.481 hectares e a previsão de produção é de 83.120 toneladas. A cultura já está com a colheita finalizada. Segue a comercialização tanto para os mercados locais da região, principalmente nos municípios de Rio Grande e Pelotas, como para as demais regiões do país. Com uma estimativa de 10% da safra de cebola estar armazenada em galpão, os produtores esperam por preços melhores para comercialização, já que o preço médio em Rio Grande, por exemplo, é considerado muito abaixo do esperado, na faixa de R$ 0,45/kg.
Frutas
O desenvolvimento das frutícolas também está favorecido no Estado. A produção de morango nas regiões do Alto da Serra do Botucaraí e Vale do Rio Pardo é bastante reduzida, em especial das cultivares San Andreas e Albion. Nesta época de encomenda de mudas nacionais e importadas e planejamento da próxima safra, são também feitas melhorias e reformas nas unidades de produção em ambiente protegido, como reposição de slabs e construção de novas estufas, além de poda das cultivares de dias neutro. Na segunda quinzena de março a maioria dos produtores faz a poda drástica das plantas visando o preparo para a produção. Há tendência de manutenção das áreas de cultivo nos 23 municípios dos Vales do Caí e Taquari, onde 300 famílias cultivam 78,5 ha de morango. Em termos de áreas e famílias envolvidas, destacam-se os municípios de Feliz, com 100 famílias/50 ha de cultivo, e Bom Princípio, com 70 famílias/15 ha de cultivo.
Nos citros do Vale do Caí, as chuvas regulares e bem distribuídas têm permitido excelente desenvolvimento das frutas, desde a época da floração, no mês de agosto, até a fase atual, de crescimento. A maioria das bergamotas e laranjas será colhida a partir de maio, conforme seu período de maturação (de ciclo precoce, médio ou tardio), sendo que a colheita se estende normalmente até novembro. Entre as bergamoteiras, a sequência de maturação das principais cultivares começa com a Satsuma e segue com Ponkan, Caí, Pareci, Montenegrina e Murcott.
A Satsuma é a fruta cítrica mais precoce, com a qual se inicia a colheita de frutas cítricas na região, no início de março e atualmente atinge 35% das frutas. A bergamota Satsuma é de origem japonesa, com pouca acidez e sem sementes, cuja casca não libera o cheiro característico das bergamotas comuns quando descascada. Em virtude de ter pouca acidez, pode ser consumida com a casca ainda verde. O preço recebido pelos citricultores está em média R$ 21,50/cx. de 25 quilos.
A produção do limão Tahiti, que na verdade é uma lima ácida, tem um comportamento diferente das demais frutas cítricas, pois a floração nas plantas acontece durante todo o ano, o mesmo ocorrendo com a produção, embora com diferentes intensidades. O maior volume produzido na região do Vale do Caí ocorre em maio, junho e julho. Pelas frutas colhidas agora, os citricultores estão recebendo em média R$ 25,00/cx. de 25 quilos.
A atividade mais intensa nesta época no Vale do Caí é o raleio da bergamota verde, que já atinge em torno de 50% das frutas das bergamoteiras do grupo das comuns, Caí, Pareci e Montenegrina. O raleio é uma prática fundamental para a obtenção de frutas com qualidade. Trata-se da retirada de parte das frutas da planta, quando no início do seu desenvolvimento, ainda verdes, para que as que ficam na planta possam ter um tamanho maior, evitando assim a concorrência devida a uma grande carga de frutos.
Outro motivo importante para a realização do raleio é evitar a alternância de produção, que é a produção excessiva em uma safra e uma produção pequena ou nula na safra seguinte. As frutas verdes, das cultivares do grupo das comuns, são vendidas para indústrias da região, que retiram um óleo que está nas cascas das frutas. Este óleo tem aplicação na indústria de cosméticos, indústria de alimentos e bebidas e de higiene e limpeza. Este produto resultado do raleio, que em outros tempos tinha um valor pequeno, atualmente tem sido uma excelente fonte de renda para os citricultores, mesmo que o valor tenha reduzido em relação ao raleio da safra de 2016. O valor médio recebido pelos citricultores pela bergamotinha verde está em R$ 320,00 por tonelada.
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