Durante a Expodireto Cotrijal deste ano, que aconteceu na última semana, o pesquisador e chefe-geral da Embrapa Monitoramento por Satélite (Brasília), Evaristo de Miranda, expôs os primeiros resultados do Cadastro Ambiental Rural - CAR no Rio Grande do Sul. O levantamento mostra que 13% da área total do Estado está preservada pela agricultura, e que apenas 1% da unidade federativa corresponde a áreas protegidas por terras indígenas e unidades de conservação.
Os dados analisados são provenientes das declarações e mapas cadastrados pelos agricultores no Sistema de Cadastro Ambiental Rural (SiCAR), sob coordenação do Ministério do Meio Ambiente (MMA), cuja base de dados foi integrada ao Sistema de Inteligência Territorial Estratégica (SITE) da Embrapa, possibilitando o cruzamento com outras bases de dados. De posse dessas informações, o Gite (Grupo de Inteligência Territorial Estratégica) da Unidade de Pesquisa começou um trabalho de análises comparativas nos estados entre as áreas protegidas e as preservadas.
No Rio Grande do Sul, Evaristo explica que o estudo utilizou as declarações de 455.295 imóveis rurais, totalizando uma área em torno de 16 milhões de hectares.
Segundo o pesquisador, o uso da pampa, bioma característico do Estado, trouxe uma particularidade às análises do CAR no Rio Grande do Sul, isso porque, ao realizar o cadastro de seus imóveis, os produtores podem ter declarado a área de pampa como pastagem, invés de vegetação preservada.
O chefe-geral adiantou que futuros estudos do Gite reclassificarão as áreas da pampa - dentro desses imóveis rurais - como vegetação preservada, a fim de se ter uma visão mais completa do papel da agricultura na preservação da vegetação nativa.