Na abertura do 4º Ovinocultura em Debate, seminário promovido pela Embrapa Sul e Associação Brasileira de Criadores de Ovinos (Arco), realizado nesta terça-feira (10), em Bagé, o deputado Luiz Fernando Mainardi defendeu a necessidade de que os valores arrecadados pelo Fundovinos (Fundo de Desenvolvimento da Ovinocultura), criado no governo de Tarso Genro, sejam geridos pelo próprio setor. "Isso já foi feito com o Fundovitis (uva e vinho) e funciona muito bem", argumentou.
Para Mainardi, a criação do Fundo fez parte de uma estratégia de desenvolvimento do setor, mas hoje os recursos não estão sendo usados para a promoção das necessidades dos produtores. "Nos demos conta de que um fundo como este não pode depender das decisões dos governos. Alguns governos podem achar que isso é prioritário e investir, outros podem achar que não. Por isso, os recursos devem ser geridos pelas entidades que estão diretamente ligadas à produção, como é o caso da Arco", defendeu.
O ajuste sugerido por Mainardi já tramita na Assembleia Legislativa e pode ser votado ainda este ano. O projeto de Lei 72/2017, protocolado pelo próprio deputado Mainardi, prevê a transferência de gestão do Fundo para as entidades da cadeira produtiva. A inciativa está na pauta da CCJ e já conta com parecer favorável da deputada Manuela Dávila (PCdoB), estando apto para ser aprovado.
A ovinocultura é uma das principais e mais tradicionais cadeias produtivas da metade sul do Rio Grande do Sul, que conta com o maior rebanho ovino do Brasil, com mais de 4 milhões de cabeças. Quando foi secretário da Agricultura e Pecuária do Estado, Mainardi criou o programa Mais Ovinos no Campo, que investiu R$ 57 milhões no setor e permitiu a ampliação do rebanho, com a retenção de cerca de 350 mil cabeças de matrizes.